quarta-feira, 23 de maio de 2012

OS MUITOS TREZES DE MAIO


fotografia: Miriane Figueira
Em Curitiba, seminário debateu cultura, memória e patrimônio afro-brasileiro

A sede da Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio foi palco, no último dia 19, de duas atividades simultâneas que buscaram congregar reflexão teórica, articulação política e sensibilidade artística.

O seminário Treze(s) de Maio: tempos e lugares da memória reuniu, durante todo o dia, pesquisadores, movimentos sociais, instituições públicas e interessados em geral em torno de questões como a presença negra na cidade e as políticas destinadas à cultura e ao patrimônio afro-brasileiros. O evento contou ainda com a participação de representantes de clubes sociais negros do interior do Paraná e de outros estados.

“Por todo o Brasil existem clubes que guardam a memória dessa data. Dentre eles, a Sociedade 13 de Maio de Curitiba é hoje reconhecida nacionalmente como o segundo mais antigo do país”, ressaltou Giane Vargas, pesquisadora da temática e diretora técnica do Museu Comunitário homônimo, em Santa Maria (RS). “Este é, seguramente, um patrimônio que precisa ser preservado”.

Paralelamente se deu a abertura da exposição SOB Memoração, de Miriane Figueira, elaborada a partir do acervo pertencente à Sociedade e seus membros, em diálogo com imagens de autoria própria. A mostra combina fragmentos documentais e fotográficos, resgatando diversas narrativas possíveis sobre os 124 anos de história da instituição. Deve permanecer no local por tempo indeterminado.

“A proposta é trabalhar a memória dessa comunidade afro-descendente num processo dialógico, que também permita produzir um legado em termos acadêmicos e afetivos para seus sujeitos”, afirmou Thiago Hoshino, um dos organizadores do evento.

Seminário e exposição são resultados do projeto de pesquisa Negros, libertos e associados, desenvolvido desde 2011 por equipe multidisciplinar, com apoio do Fundo Municipal de Cultura. 
fotografia: Miriane Figueira


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