Acervo

Acervo Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio. Fonte IPPUC.

Projeto

O lugar como Patrimônio Imaterial são as pessoas que por ele passam.

Memórias e Entrevistas

As memórias relativas a Sociedade são acessadas de diferentes formas por seus frequentadores. Os mais velhos chamam de “O TREZE”, os jovens “A TREZE”.

Fragmentos Etnográficos

Maé da Cuíca e Mãe Orminda juntos na Sociedade 13 de Maio.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

EDVAN RAMOS DA SILVA

foto: Geslline Giovana Braga. 2012.

12 de janeiro de 2012

Hoje realizamos a entrevista com o historiador Edvan Ramos da Silva, no café do Paço da Liberdade, antiga prefeitura da cidade de Curitiba, localizada na Praça Generoso Marques na região central da capital. Contamos com a participação de Thiago Hoshino, membro da equipe responsável pelo projeto "Negros, libertos e associados: identidade cultural e território étnico na trajetória da Sociedade 13 de Maio (1888-2011)". O estudo também está em execução junto à Fundação Cultural de Curitiba, o qual tem empreendido uma série de ações de pesquisa historiográfica e valorização da memória da Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio

O interesse de Edvan sob a Sociedade Operaria Beneficente 13 de Maio se deu a partir de sua pesquisa sobre a “santa” curitibana Maria Bueno[1], lavadeira e que segundo ele freqüentava a Sociedade.

Segundo o historiador a Sociedade foi fundada em meio à ebulição abolicionista nacional, na qual os ex-escravos procuravam por apoio em instituições sociais e religiosas, como as Irmandades do Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos. A Sociedade fundou-se meses antes da oficialização da abolição da escravatura pela Princesa Izabel, o que indica a organização e articulação de seus fundadores que já se preocupavam com os encaminhamentos profissionais dos libertos. Também lá desenvolver-se-iam rituais religiosos, em que cultos católicos e africanos misturavam-se.

Edvan também nos contou que a sociedade promovia eventos profissionais e culturais, em meio as festas e outras atividades sociais, ela também ofertava a alfabetização de seus membros. Dentro desse contexto pontuou sobre a relação entre a Sociedade e outras instituições como o Clube Operário e as irmandades já citadas. 

 Por fim o historiador enfatizou que a história da Sociedade assim como a história da própria negritude em Curitiba se trata de um “quebra-cabeça” histórico, infelizmente ainda caracterizado pela falta de valor dado à documentação e aos seus sujeitos, dentro de um cenário de “embraquecimento” da historiografia paranaense.










[1] Maria Conceição Bueno é considerada santa por parte da população, mas não é reconhecida oficialmente pela igreja. Seu tumulo encontra-se no Cemiterio Municipal de Curitiba, local em que é possível ver as lembranças e preces de seus devotos. Sobre Maria Bueno ver “Maria Bueno: Santa de Casa” (STOLL, Sandra J.; BRAGA, Geslline G. ; DURANDO, Vanessa; SANTOS,  Conceição dos; 2012)